COMUNIDADE E COLABORAÇÃO ONLINE
Em ambiente de aprendizagem online é valorizada a importância da comunidade e a necessidade de colaboração para promover a comunidade (Berge & Collins, 1995; Harasin e tal., 1995; Pallof & Pratt, 1999; Collison e tal., 2000; Salmon, 2000). O desenvolvimento de cursos online originou as actuais tendências da investigação educacional sobre as teorias de aprendizagem que enfatizam a interacção e o papel da tecnologia como ferramenta para a comunicação e colaboração. Os investigadores e instrutores que consideram esta aprendizagem como uma actividade social e a tecnologia como um recurso para a colaboração exigirão que a educação online seja mais do que uma mera apresentação de material, tal como nos antigos cursos. Nesta perspectiva as oportunidades que os media permitem deverão ser aproveitadas na interacção que implique colaboração e que conduza à criação de uma comunidade de aprendentes.
A comunidade é evidente numa turma em que os estudantes participem activamente, partilhando, tanto com ideias pessoais, como académicas. (p. 28)
Posteriormente Rovai (2002b) define comunidade em ambientes online como consistindo de dois componentes: sentimentos de ligação entre membros da comunidade e comunhão de expectativas de aprendizagem e objectivos. Defende a importância dos alunos se sentirem ligados uns aos outros e ao instrutor, da comunicação activa e imediata nos dois sentidos, e a luta, a ajuda e a partilha de valores e objectivos de aprendizagem comuns, como elementos identificadores de uma comunidade mais forte.
Palloff e Pratt (1999) também sugerem que a interacção activa envolvendo tanto o conteúdo do curso como a comunicação pessoal e aprendizagem colaborativa, estão incluídos numa comunidade online de sucesso. A diferença está em considerarem que estes comentários devem ser dirigidos primeiramente de aluno a aluno em vez de aluno instrutor.
As teorias actuais de aprendizagem definem as aulas online e sem colaboração ou comunidade como modelos de transmissão não desejáveis, que se focalizam mais na distribuição da informação do que na construção do conhecimento. Estas terão de incluir a interacção entre os estudantes como um ingrediente fundamental de comunidade em aulas online: a interacção social, pessoal e sobre o conteúdo do curso que não se limitará à disponibilização das ideias de cada individuo aos outros.
O que é relevante aqui é compreender as condições nas quais as relações colaborativas se desenvolvem ou em que se constrói uma comunidade.
Contudo Thomas (2002) alega que a estrutura assíncrona dos fóruns de discussão não suporta as interacções construtoras de conhecimento e que são antes usados para inserir comentários. Ele sugere que o fórum típico de discussão apresenta um conflito entre a forma e a função que inibe a colaboração: o discurso escrito é geralmente de natureza transaccional enquanto o discurso face-a-face é de natureza interactiva o que não permite a discussão baseada em texto mediada pela tecnologia seja uma alternativa ao diálogo face-a-face.
Desta forma Thomas sugere novas abordagens ao currículo destinadas a actividades colaborativas e melhores interfaces e ferramentas para apoiar as actividades construtoras de conhecimento.
Outros investigadores afirmam que os comentários (post) obrigatórios a uma discussão online são reflectidos e empenhados.
Poole (2000) realizou um estudo com o objectivo de compreender de que forma a participação dos estudantes contribuiu para a turma como uma comunidade de alunos e concluiu que os estudantes haviam formado um grupo coeso em que a natureza das suas discussões teriam um sentimento de comunidade, mas não tinham desenvolvido medidas para a comunidade.
Este investigador considera a proximidade do professor, a distância transaccional, a aprendizagem colaborativa, a igualdade social, entre outros factores, relevante para o sentido de comunidade e atribuiu o mesmo significado ao uso dos nomes próprios e emoticons por parte dos alunos.
O resultado dos estudos sobre a participação dos estudantes é indicador de que a comunidade pode ser desenvolvida em ambientes de aprendizagem online e que influencia no sucesso do aluno. Contudo esta literatura não ultrapassou a existência da comunidade baseada em casos e evidências ocasionais, para provar as origens e realizações dessa comunidade. Continua por confirmar o facto de a comunidade online ser promovida ou dificultada pela inclusão das sessões presenciais, se e de que forma a comunidade e a colaboração diferem e se a comunidade está relacionada com os resultados dos alunos.
Bibliografia: Wallace, Raven (2003) – Aprendizagem online na educação superior, Universidade Aberta
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